sábado, 3 de novembro de 2012

PSDB: Longe da periferia, longe da renovação


O filme já foi visto antes. Ao fim da campanha, após um resultado adverso nas urnas, toma forma no PSDB o discurso pela renovação de seus quadros. Foi o que aconteceu em 2006, quando o tucano Geraldo Alckmin, hoje governador de São Paulo, foi derrotado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva na eleiçãalo presidencial. Desde então, afirma Celso Roma, cientista político pela USP e especialista em partidos políticos e eleições, o processo de renovação foi colocado na geladeira para ser repetido, seis anos depois, após o revés sofrido agora por José Serra na corrida pela prefeitura de São Paulo. “As palavras não se transformaram em ações”, diz Roma.
O candidato José Serra, após a derrota nas urnas. Foto: Gabriel Bonis
Para ele, a legenda está tendo dificuldade em projetar novas lideranças e não se mostra capaz de ouvir ou criar pontes com a juventude do PSDB. Roma afirma que o partido deveria seguir o exemplo dos rivais petistas, que passaram por um processo de renovação induzido por circunstâncias adversas, como o escândalo do “mensalão”, hoje julgado pelo Supremo Tribunal Federal. “Isso forçou o partido a apresentar candidatos novos ou desvinculados do escândalo de corrupção. Onde o PT insistiu em velhas lideranças, perdeu”.
O especialista cita, entre os motivos da derrota de Serra em São Paulo, o desgaste da gestão Gilberto Kassab, a omissão da campanha na periferia, onde Fernando Haddad recebeu mais votos, e a incapacidade de se livrar do rótulo anti-pobre colado nele pelos adversários. Ele critica a estratégia tucana de levar a homofobia para o centro do debate mas minimiza os efeitos da aproximação com lideranças polêmicas como o pastor Silas Malafaia. “Tanto Haddad quanto Serra receberam apoio de personalidades polêmicas ou implicadas em escândalos de corrupção.”
Roma faz projeções sobre o futuro de Serra e da oposição e se mostra descrente sobre uma possível guinada do hoje aliado PSB de Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Confira abaixo a entrevista.

CartaCapital: O que explica o resultado da eleição em São Paulo?
Celso Roma: O candidato derrotado do PSDB, José Serra, concorreu sob condições adversas. Além de ser rejeitado por mais de um terço dos eleitores, Serra defendeu a continuidade de uma administração reprovada por mais de dois terços dos paulistanos. Em contraste, o candidato vitorioso do PT, Fernando Haddad, apresentou com antecedência um programa de governo, propondo mudança de gestão e novos projetos para a cidade.
CC: Quem perdeu mais na disputa, o PSDB ou José Serra?
CR: Ambos saíram derrotados da eleição em São Paulo. O candidato amargou outra derrota nas urnas. O partido perdeu a cidade que lhe conferia poder, prestígio e visibilidade.

CC: Quais foram os erros da campanha tucana?
CR: Na disputa do segundo turno da eleição, Serra concentrou seus compromissos no centro expandido da cidade, onde ele havia sido vitorioso. Além de ter feito menos eventos que o seu adversário, o candidato do PSDB visitou poucos bairros da periferia. Haddad fez carreatas e promoveu encontros inclusive nos redutos do PSDB, onde conseguiu diminuir a desvantagem em relação ao adversário no 1º turno.
CC: Isso ajudou a campanha do PT a apresentar Serra, durante a campanha, como um candidato anti-pobre? Essa imagem pegou?
CR: Nos debates da televisão, José Serra não conseguiu responder de uma forma satisfatória às questões levantadas por Fernando Haddad sobre pobreza e inclusão social. No programa do Serra, faltou destacar uma seção com projetos exclusivos para a população carente. Durante a campanha, faltou contato com os representantes de bairros da periferia. O contato com os moradores poderia reverter a imagem de Serra como candidato dos ricos, transmitida e reforçada pelo PT.
CC: Foi um erro, no caso de Serra, se aproximar de líderes conservadores como Silas Malafaia? O apoio dessas lideranças polêmicas não vai de encontro com o discurso histórico do partido?
CR: Tanto Haddad quanto Serra receberam apoio de personalidades polêmicas ou implicadas em escândalos de corrupção. Nesse quesito, os dois candidatos se assemelham. Assim como ocorreu com o PT ao longo dos últimos anos, o PSDB também se aproximou do campo conservador da política, diluindo o progressismo que marcou a fundação de ambos os partidos.
Militantes do PSDB durante lançamento da candidatura de Serra. Foto: Divulgação PSDB-SP
Militantes do PSDB durante lançamento da candidatura de Serra. Foto: Divulgação PSDB-SP
CC: Serra buscou uma agenda moralizante para a campanha e levou ao centro do debate as críticas à cartilha anti-homofobia produzida pelo Ministério da Educação na gestão Haddad. Isso o prejudicou?
CR: O problema está em discutir assuntos nacionais em uma eleição onde o que interessa aos eleitores são propostas para solucionar os problemas da cidade. A agenda de São Paulo deveria incluir projetos nas áreas de transporte, habitação, saneamento, educação e saúde. Políticas sobre aborto e anti-homofobia já estão sendo debatidas no Congresso Nacional.
CC: Nesta lógica, qual a necessidade de abordar o julgamento do “mensalão” numa eleição municipal?
CR: O assunto, por ser relevante, ao envolver ética e política, deveria e foi bem explorado por José Serra durante a campanha. Mas não interferiu no voto dos paulistanos, confirmando pesquisa Datafolha realizada em setembro. Ocorre que menos de 20% dos paulistanos estavam dispostos a mudar o voto em razão do julgamento de líderes e aliados do PT. Desse pequeno grupo, apenas metade dos eleitores deixaria de votar em Fernando Haddad.
CC: Com a derrota de Serra, o coro pela renovação dentro do PSDB tende a tomar corpo a partir de agora?
CR: O discurso sobre a renovação do PSDB é entoado desde a derrota de Geraldo Alckmin na eleição de 2006 para a Presidência. Já se passaram seis anos. Até este momento, as palavras não se transformaram em ações.
CC: Por quê?
CR: O PSDB está tendo dificuldade em projetar novas lideranças. Os quadros do partido envelheceram. Por outro lado, a juventude do PSDB não recebe por parte dos cardeais incentivo para se envolver com a organização e se lançar como candidatos nas eleições.
O senador Aécio Neves, que cresce com a derrota de Serra em SP. Foto: Ag. Brasil
CC: Como seria feita esta mudança?
CR: O PSDB tem de aprender com as lições de seu principal rival. O PT também passou por um processo de renovação induzido por circunstâncias adversas. Neste ano, foram eleitos quatro ex-líderes da CPI dos Correios, dois deles, Eduardo Paes e Gustavo Fruet, são ex-deputados pelo PSDB que foram para a base parlamentar da presidente Dilma. Isso revela que o partido tem dificuldade de valorizar novas lideranças e manter em seus quadros filiados com potencial de vencer eleições. Se a Executiva Nacional do PSDB tivesse interferido nos diretórios fluminense e curitibano, essas personalidades teriam permanecido no partido. No PT, o julgamento do mensalão no STF forçou o partido a apresentar candidatos novos ou desvinculados do escândalo de corrupção. Onde o PT insistiu em velhas lideranças, perdeu.
CC: Qual deve ser o futuro político de José Serra? Deixar o partido? Disputar eleições legislativas? Ou bater o pé para uma nova chance em cargo executivo?
CR: Análises vislumbram de uma forma precipitada o fim da carreira de José Serra. No passado e no presente, temos contra-exemplos. Na década de 1990, muitos analistas propunham mudança do candidato do PT à Presidência, após Lula ser derrotado nas urnas por três vezes. Recentemente, após perder a eleição para senador em 2010, o tucano Arthur Virgílio foi enterrado, para neste ano ressuscitar e comandar a Prefeitura de Manaus.

CC: Quem ganha, no PSDB, caso Serra saia de cena?
CR: Aécio Neves pode ocupar o espaço de liderança nacional do PSDB, desde que os dirigentes do PSDB executem o plano para torná-lo conhecido além do território de Minas Gerais e desde que o neto de Tancredo Neves apresente um programa de governo.
CC: No PT, Haddad foi um nome imposto por Lula. No PSDB, Serra também foi colocado à frente de outros quatro pré-candidatos. O que esses episódios dizem sobre a democracia interna dos dois principais partidos do país?
CR: Os dois episódios não permitem generalização. Candidatos a prefeito impostos por Lula perderam em inúmeras cidades, incluindo capitais do país. O que devemos entender é que os líderes e os militantes dos partidos têm diferentes prioridades. Por estar mais envolvida no jogo eleitoral, a liderança prioriza a conquista do governo ou participação dele, mesmo que isso implique em formar alianças com adversários ou impedir a candidatura do favorito entre os filiados. De outro lado, a militância se motiva basicamente por ideologia, em defesa do programa do partido, desconsiderando muitas vezes as consequências de suas decisões.
CC: Apesar da derrota em SP, o PSDB cresceu nas grandes cidades e avançou pelas capitais. Dá para dizer que, de um modo geral, se saiu bem das urnas?
CR: No estado de São Paulo, apesar da derrota na capital e em outras cidades-chave, o PSDB elegeu o maior número de candidatos. Neste ano, o partido elegeu 176 prefeitos, enquanto o PT conseguiu 67. Mas a queda do total de prefeitos eleitos pelo PSDB é um sinal de alerta para o governador Geraldo Alckmin.
CC: O PSB também cresceu nas eleições. O sr. imagina que o partido estará de qual lado daqui pra frente? É possível que se apresente como uma nova oposição? Se sim, que impacto isso teria na oposição tradicional formada pelo trio PSDB/DEM/PPS?
CR: O segredo do sucesso do PSB está justamente em participar de um governo popular, ter acesso a ministérios e secretarias e ser privilegiado tanto na liberação das emendas parlamentares ao Orçamento como na transferência de recursos da União para estados e municípios. Se fosse para a oposição, correria o risco de perder espaço no governo Dilma e ter de enfrentar uma candidata à reeleição com alto índice de aprovação pessoal e administrativa.

Doce países siguen mandando sus soldados a la academía yanqui de la tortura


PABLO RUÍZ ESPINOZA -  Una de las medidas concretas para proteger los derechos humanos es terminar con el entrenamiento de soldados en EEUU, señaló el informe de la Comisión de la Verdad de Ecuador años atrás.
Desde 1990 que se realizan en Estados Unidos protestas contra la Escuela de las Américas (School of the Americas; SOA, en inglés) una academia militar dirigida por el Ejército de Estados Unidos y que cada año da entrenamiento a miles de soldados latinoamericanos.
Desde el 2001, fue rebautizada como Instituto de Cooperación y Seguridad del Hemisferio Occidental (WHINSEC, en inglés) como una manera de engañar a la opinión pública y así terminar con las movilizaciones que demandaban su cierre. Sin embargo, las protestas contra la academia militar han continuado hasta la fecha.
Es así que este año, entre los días 16 y 18 de noviembre, miles de activistas y religiosos llegarán hasta el mismo frontis donde opera la Escuela de las Américas, en Fort Benning, Georgia, para demandar el cierre de la “Escuela de Asesinos” como también se le conoce.
En este lugar se entrenaron, por ejemplo, los agentes de la policía secreta de Augusto Pinochet. Entre ellos, el director de la DINA, Manuel Contreras, pero también los agentes más sanguinarios que la historia de Chile tenga memoria como Miguel Krassnoff y Álvaro Corbalán quienes han sido condenados por cientos de casos de violaciones a los derechos humanos.
Manuel Contreras, además, fue el gestor de la Operación Cóndor, el nombre militar que ocultó por mucho tiempo el trabajo secreto y mancomunado de los aparatos de seguridad de Argentina, Brasil, Chile, Paraguay, Uruguay y Bolivia.
Esta coordinación de los organismos represivos del cono sur significó la persecución y asesinato de miles de personas fuera de sus mismos países de origen.
Se sabe, por los documentos desclasificados en Estados Unidos, que Alejandro Fretes Dávalos, jefe del Estado Mayor de las Fuerzas Armadas de Paraguay, contó que en Panamá el Ejército de Estados Unidos disponía de instalaciones de comunicaciones que fue “empleada para coordinar información de inteligencia de los países del Cono Sur”.
Sin duda, que el entrenamiento y la intervención muchas veces directa de los Estados Unidos ayudó que a las Fuerzas Armadas y la policía cometieran graves violaciones a los derechos humanos en toda América Latina.
El Informe de la Comisión de la Verdad de Ecuador “Sin verdad no hay justicia” recordó el 2010 que “El imaginario de “enemigo interno” se concibió en el marco de la Doctrina de Seguridad Nacional, para referirse no solo a las organizaciones insurgentes, sino en general a las organizaciones sindicales, estudiantiles, indígenas o de cualquier otro tipo, que fueran consideradas como una amenaza al orden democrático.
El Informe agrega que “Las Fuerzas Armadas eran las principales estructuras encargadas de combatir al “enemigo interno” en Latinoamérica, y por tanto debían ser capacitadas constantemente para llevar adelante su propósito” y que “desde la década del 50, la formación de la fuerza pública en Latinoamérica, contó con la estrecha colaboración de Estados Unidos a través de centros como la Escuela de las Américas”.
Por lo anterior, en el capítulo de las “Recomendaciones de la Comisión de la Verdad” se exhorta a los ministros de la defensa nacional y al gobierno para que “no se autorice a miembros de Fuerzas Armadas y de Policía Nacional a que asistan a cursos de formación o capacitación en escuelas o instituciones que tengan antecedentes en la enseñanza de prácticas contrarias a los derechos humanos” Señalándose expresamente al Instituto de Cooperación para Seguridad Occidental, antes conocido como la Escuela de las Américas.
Quizás por esa consideración, en junio pasado, el Presidente Rafael Correa decidió no seguir enviando más soldados ni policías ecuatorianos a la Escuela de las Américas.
Su Ministro de Relaciones Exteriores, Ricardo Patiño, cuando informó de la decisión anterior aprovechó la ocasión para citar a Martín Meehan -senador demócrata por Massachusetts- quien una vez comentó que si la Escuela de las Américas decidiera realizar un encuentro entre ex-alumnos, “reuniría a infames e indeseables matones del hemisferio”.
SOAW señaló entonces que “Las miles de víctimas de violaciones a los derechos humanos en Ecuador y en toda América Latina tienen derecho a conocer a los responsables de asesinatos, desaparición forzada y torturas y que estos sean llevados ante la justicia para que paguen por sus crímenes. Al mismo tiempo, los estados deben dar garantías de no repetición a la sociedad y a los sobrevivientes, una medida concreta es terminar con la formación militar en la Escuela de las Américas que tanto daño y sufrimiento a causado a nuestros pueblos”.
El 31 de agosto de este año, la Caravana por la Paz de México, que recorrió más de 20 ciudades en su visita a Estados Unidos, llegó hasta las mismas instalaciones de la Escuela de las Américas para demandas su cierre. Algunos jóvenes se rayaron sus cuerpos con la leyenda: “Los asesinos no nacen se hacen aquí” y tienen mucha razón porque decenas de narcotraficantes del Cartel Los Zetas, fueran ex militares, entrenados en la Escuela de las Américas.
Por eso también, el poeta Javier Sicilia dijo que “Esta escuela no forma ejércitos sino criminales”. Más de 60 mil muertos lleva la nefasta guerra contra la droga en México.
En septiembre, el Presidente Daniel Ortega, se reunió por segunda vez con el fundador del movimiento contra la Escuela de las Américas, el sacerdote Roy Bourgeois, comprometiéndose a no seguir enviando soldados a la Escuela de las Américas.
Ortega dijo entonces que “La SOA es un anatema ético y moral. Todos los países de América Latina han sido víctimas de sus egresados. La SOA es un símbolo de muerte y de terror. Por eso hemos ido reduciendo el número de nuestras tropas en la SOA. El año pasado (2011) enviamos solamente 5 soldados y ninguno este año”, dijo Ortega durante la reunión.
Con Nicaragua, son seis los países que han anunciado el retiro de sus tropas de la Escuela de las Américas (que son Venezuela, Argentina, Uruguay, Bolivia, Ecuador y Nicaragua).
Sin embargo, más de una decena de países continúan enviando sus tropas a la cuestionada academia militar. Según datos de la misma WHINSEC, el año 2011 se entrenó en la Escuela de las Américas a 21 soldados de Brasil, 142 de Chile, 512 de Colombia, 121 de Perú, 96 de Honduras, 54 de Panamá, 58 de El Salvador, 10 de Guatemala, 16 de México, 36 de Costa Rica, 37 de República Dominicana y 15 de Paraguay, entre otros.
Estas cifras no incluyen el entrenamiento que actualmente dan, instructores de la misma WHINSEC, en los mismos países latinoamericanos.
No debemos olvidar que en 1996 se conocieron públicamente manuales que eran utilizados en la Escuela de las Américas donde “se aconsejaba aplicar torturas, chantaje, extorsión y pago de recompensas por enemigos muertos”.
Estados Unidos, pese a que dijo que esos manuales eran contrarios con la política estadounidense, reiteradamente ha usado la tortura contra prisioneros de guerra tanto en Guantánamo como en otros lugares mostrando, una y otra vez, que los derechos humanos se pueden violar en nombre de la seguridad nacional.
Lamentablemente, es esa la mentalidad que se sigue promoviendo en esta academia militar donde van soldados latinoamericanos.
pabloruiz68@gmail.com

Rumo a um "capitalismo feudal": "Estamos viviendo la revolución de los ricos"

Entrevista con Antonio Baños

El periodista y escritor publica ’Posteconomía. Hacia un capitalismo feudal’, un ensayo humorístico sobre lo que puede pasar si no hay resistencia ante la "dictadura" económica.


Artículos de Opinión | Héctor Juanatey Ferreiro | 03-11-2012 |
"La economía ha reventado, ha agotado sus fuerzas, y con tanto trajín es incapaz de explicar la porción de realidad que se le había asignado". El escritor y periodista Antonio Baños (Barcelona, 1967) describe en su último libro, ’Posteconomía. Hacia un capitalismo feudal’, la muerte de la economía tal y como la conocíamos hasta ahora. Una economía que, pese al paso del tiempo, retrasa en lugar de avanzar y retrotrae a la sociedad a una época pasada. Baños la llama Nueva Edad Media (NEM): "Se trata de describir un paisaje que nos sirva para comprender el nuevo mundo que se está conformando ante nuestros ojos. Una sociedad señorial, basada en estamentos más que en clases. Profundamente dogmática, [...] una sociedad creyente en una teocracia econócrata, donde el beneficio, el fantasmagórico crecimiento, la veloz circulación de dinero y el eterno aumento de beneficios sean los mandamientos sagrados. Un mundo en el que la academia abandone su lugar crítico para adoptar el papel de respaldo intelectual de las élites, como hiciera la Iglesia en su día".
¿Qué es la posteconomía?

Es lo que viene después de la economía que hemos conocido hasta ahora, una ciencia social que tenía unos instrumentos de análisis, un discurso, una concepción del mundo y una doble función: la normativa para describir el mundo y la prescriptiva para cambiarlo. Era una ciencia como cualquier otra, más o menos pomposa o irritante, pero servía para cambiar las cosas. Pues ahora ha colapsado. Los economistas ya no saben prever qué es lo que va a ocurrir. Ni siquiera saben describir los fenómenos que pasan mucho y mucho menos controlarlos. La economía ya no puede retratar el mundo que propone. Ha sido superada por los acontecimientos y por ella. Se convierte entonces en posteconomía. Lo que hace es dictar a la gente. Les dice lo que es posible lo que no. Les indica cómo vivir. Antes te decía: “No, no, deberíamos hacer esto por una serie de motivos racionales”. Ahora te dice: “Hay que hacer esto. ¿Por qué? Porque soy la posteconomía”. Es el paso de la ciencia social a la teología. Yo lo llamo la muerte de la economía.

En el libro la define como una dictadura teocrática. ¿Cuál sería el dios?

Ellos mismos. El problema es que un dios cristiano te putea pero luego al menos te deja ir al paraíso. Este te putea y ya. Luego solo hay muerte, no te ofrece ninguna redención. Esta teología es como un pastor de ovejas. Te marca los límites, acota la realidad, lo posible. A mí me llama la atención esa frase que utilizan muchos economistas y políticos: “Esto es inimaginable”. Es muy bestia esa palabra. ¿Cómo que inimaginable? Define muy bien a estos nuevos sacerdotes posteconómicos. Ellos determinan no solo lo que se puede vivir, sino ya lo que se puede imaginar. Por eso son sacerdotes, sobre todo porque no dan explicaciones. Simplemente debes hacerlo. Es igual que otra de las frases rectoras de la crisis: “Hay que hacer los deberes”. ¿Qué deberes? ¿Quién me los ha puesto? ¿Quién pone la nota? ¿Puedo copiar? “No no. Obedece y calla”.

Eso de arrimar el hombro.

Es el discurso propositivo. La barbaridad esta de reinventarse. “Si estás mal, la culpa no es del sistema, es tuya que estás mal adaptado”. Reinvéntate y adáptate mejor. Es el castigo del pensamiento positivo, justo lo contrario al pensamiento crítico. Yo no tengo que cambiar. El sistema es injusto, es él el que debe cambiar. Son todo formas teológicas, sin argumentos detrás. Has de arrimar el hombro, no criticar. “Con la que está cayendo y te pones a criticar en lugar de remar con los demás”. Son todo metáforas contra las que no puedes apelar. ¿Tengo que remar yo en las galeras? Allí todos remaban juntos y no era muy bueno... ¿Me van a pagar por remar? ¿Podré levantarme si no me gusta el lugar al que nos dirigimos?

Habla de “ellos”. Una expresión que se parece a esa de “los mercados”. ¿Quienes son ellos?

Juego un poco a eso. ¿Ellos? Son los malos. Como se niegan a definirse, yo hago lo mismo. El otro día leí, por ejemplo, una noticia que decía: “Los empresarios exigen a Hollande...” Pero, ¿quienes son? ¿Quién les ha dado autoridad? El hecho de que tengas la Renault no te debe dar autoridad para decidir el rumbo de una República. Ellos mismos se definen de forma nebulosa.

La soberanía ha pasado a ser económica y empresarial.

Es el capitalismo feudal. Pero siempre ha sido así. Los ricos son los que han hecho las leyes. Pero al menos antes hacían leyes. Gobernaban y tenían la decencia de hacer leyes. Ahora se las saltan, les da igual. Es un paso más del autoritarismo. No necesitan la carcasa de una democracia burguesa y parlamentaria. Ya ni siquiera necesitan el lobby sobre la política, ¡son los mismos políticos! El mito de la puerta giratoria: el político que se va de la política y luego asesora a Endesa, o el tipo de Lehman Brothers que ahora es ministro de Economía. La ficción del millonario en la sombra ha desaparecido. Ya tocan el poder. Se sienten tan poderosos que ya no necesitan ni esconderse tras formalidades democráticas. “Mandamos y ya. Obedece. Se acabó lo de poner partidos”.

En uno de los capítulos recuerda una frase de Nancy Pelosi, expresidenta de la Cámara de Representantes de EEUU: “La fiesta se ha acabado” ¿Cómo será la resaca?

Lo peor es que ni nos han invitado a la fiesta. Yo no estuve en el yate, ¿por qué tengo que recoger los platos? “Vomito yo, limpias tú”.

Pero Pelosi se refería a Lehman Brothers.

Sí, pero en el libro recuerdo también otra frase parecida, pero del lado contrario. De Isak Andic, el fundador de Mango: “Los derechos se han acabado. La fiesta se ha terminado y hay que pagarla”. Es obsceno hablar de la fiesta. ¡La gente está empezando a suicidarse!

Escribe sobre el manifiesto que firmaron en su día economistas de la Sorbona, que defendían que la economía debía centrarse en las personas y ya no lo hacía. Se puede relacionar con lo que ha sucedido aquí en España con las cajas de ahorros. ¿Cómo se puede traer a la economía de vuelta?

En la Sorbona lo llamaban la economía postautista. ¿Cómo traerla de vuelta? Metiéndole de nuevo moral a los actos económicos. Antes de la invención de la economía, había cosas que eran pecado, como la usura. Hay cosas que son inmorales. Pero ahora parece que cualquier cosa que dé beneficios deja de ser inmoral, porque el beneficio en sí mismo es un bien por encima de todo. Eso es lo que defiende el capitalismo. Hasta aquí hemos llegado. La manera más eficaz de traerla de vuelta es volver a meterle moral. Hay intercambios que no se pueden hacer, mercados que no pueden existir. Por ejemplo, no puede existir un mercado global sobre las materias primas. No digo regularlo, directamente no puede existir.

Pero, ¿quién será el que establezca esa moral?

Se trata de una moral natural. Es cierto que va un poco a contracorriente. Si ya el derecho a la vida se pasa por el forro, si ya cuando no tienes un papel de residencia puedes morirte en la calle... Imagínate moralizar las prácticas económicas. Hablo de una cierta moral natural. No se puede hacer algo que por un beneficio proporcione unos daños irreparables a terceros. No se puede matar a nadie para ganar dinero, es un asesinato. Hay que reeditar la idea de moral. Es lo que decía el manifiesto de la Sorbona y la llamada economía crítica: no puedes hacer economía sin historia, sin sociología. Y no se puede hacer economía sin ética.

¿Deberían los bancos hacer frente a una responsabilidad penal en el tema de los suicidios por desahucios?

La culpa penal la tienen ya antes del suicidio. Aunque sin leyes explícitas en ese sentido no sé qué se podrá hacer. Como decía antes, la usura había sido pecado hasta 1830. Pues que vuelva a ser pecado. No se puede exigir a una persona que no puede pagar su deuda, que haga frente a más deudas y además se le eche de casa para que esta pase a un banco malo. Es que además todo esto está en el artículo 47 de la Constitución: derecho a una vivienda digna. Si se cumpliera, no habría que tocar una coma en ningún sitio. Bastaría con que la Policía, en lugar de ir hacia dónde va, se diese la vuelta y fuera en la otra dirección. Es decir, en lugar de ir del banco a la casa, fuese de la casa al banquero. Pero no lo va a hacer ni se la espera. No sé como pueden dormir tranquilos después de los desahucios.

¿Se ha vivido realmente por encima de nuestras posibilidades?

Técnicamente no se puede vivir por encima de posibilidades que no tienes. Es una frase muy fea e insultante. Lo que pasó es que nos hicieron creer cosas que no eran verdad. “Nadie te obligó a coger aquella hipoteca”, insisten. Eso es mentira porque nadie me obligó tampoco a amputarme el pie. Fue el médico el que me lo dijo. Yo no reconozco al médico como un igual, sino como una autoridad. Yo fui al banco no a tratarlo como un igual, sino pensando que era una autoridad en la materia. Confié en su honestidad, en que trabajaban por mi bien, por el cliente. El fraude no es tuyo por haberte endeudado de más, es del banco por haberte mentido y engañado. Si hemos vivido por encima de lo que podíamos pagar ha sido porque alguien nos dijo que no pasaba nada. No es que haya una culpa colectiva. Luego vale, sí es verdad que surgió un poco eso de ver quién tenía el Audi más grande... Pero son derivados. Era el banco el que no debía dar créditos si no ibas a poder pagarlos. O decirle a aquella jubilada ciega de Galicia que no invirtiera en eso. Pero no lo hicieron. La culpa no es de ella, sino de la persona que engañó. Es como si un médico te quita un riñón y te dice que no pasa nada, que aún tienes otro. Es mala praxis y se le metería un puro. Todavía estoy esperando a que metan a alguien en la cárcel. Y no solo a un banquero, también a un bancario.

¿Pasará?

Igual de aquí a unos años meten a alguien en la cárcel si la cosa se caldea demasiado. Pero a toro pasado y solo para enfriar una posible agitación social.

Ha escrito el libro sin gráficos, datos. De hecho, dice que debe tomarse como una especulación. ¿El objetivo es despertar el pensamiento crítico?

La idea es rescatar la economía o el pensamiento económico de los economistas ortodoxos o postcapitalistas. Lo tienen todo cerrado en la oscuridad. A partir del dato, la gráfica, la palabra técnica o la metáfora interesada, han secuestrado la realidad económica. Solamente ellos la gestionan, la interpretan, la transmiten. La idea que tenía era la de no usar sus armas. Si uso gráficas estaría utilizando las armas del enemigo. Los gráficos los generan ellos y solo les interesan a ellos. Quería sustituirlos por un lenguaje cómico y metáforas nuevas.

¿Hace falta más humor para sobrellevar esto?

Yo siempre que alguien en una discusión dice eso de “venga, seamos serios”, cojo y me voy. Si un argumento aguanta la broma es que no es válido. Como el lenguaje económico siempre es serio quiere decir que es falso. Si no se puede someter al humor es que se vende mal. Si alguien no puede explicar algo de forma que lo entiendas, es que no es verdad. Todas las verdades se pueden explicar de forma comprensible. Lo del humor es precisamente porque es lo contrario que se espera de los economistas. Y también un poco por recuperar la temática económica para el cachondeo. Hay que darse cuenta de que la economía también es nuestra.

Cito un fragmento de su libro: “Como Norma Desmond, una vieja gloria del cine mudo que fue desplazada por el sonoro, la economía ha empezado a delirar: crea modelos matemáticos cada vez menos realistas, imagina sistemas que nunca podrán aplicarse y se ensimisma hablando un extraño lenguaje que ni siquiera entre sus lunáticos fans es ya comprensible”. ¿Cuál es ahora el cine sonoro?

Esta posteconomía chillona. Todo es un show casi futbolístico. Parece que estemos escuchando Carrusel Deportivo: sube la prima, baja la prima... En el fondo se trata de intoxicar mediante superabundancia de mensajes.

“Hay un proyecto, quizá inconsciente, de manufacturar ciudadanos que no sean malos, pero sí tontos”. Un fragmento de una columna de Eduardo Mendoza que retoma en el libro.

Exacto, que sean sabios pero tontos. Miguel Brieva -ilustra la portada del libro- decía que cada vez le dan más espacio en los telediarios al tiempo. Pero es que hasta la información económica es meteorológica: la que está cayendo, las oleadas... E insisto, también tiene que ver con la información futbolística: a veces se gana, a veces se pierde, mal resultado, una prima que se puede remontar... Hay una mezcla perversa del lenguaje y de los mensajes. Se analiza absolutamente todo para que nada sea importante. Además está la educación en el entretenimiento. Hemos llegado al punto de ver un temporal, cambiar, ver la prima, cambiar, ver el fútbol, cambiar... Todo son colorines.

¿Y ahora mismo el mapa es solo de borrascas?

Sí, pero es que podemos ver un mapa del tiempo casi como si fuera la bolsa pero sin trascendencia. Son colorines, datos.

¿Vendrá algún anticiclón?

Tendría que llegar en forma de resistencia. Siempre ha habido ricos, pero es que siempre ha habido también resistencia a esos ricos. Y algunas muy poderosas y constantes. El movimiento obrero. Aparecía una realidad, aparecía una resistencia. Lo que ahora me da miedo es que la nueva realidad, infinitamente más opresiva, no ha generado una resistencia en proporción, sino una aún débil y un poco despistada.

¿Despistada?

Nos han despistado, mareado.

¿Nos hemos dejado despistar?

Hemos dejado que todo fuera banal. Antes de la crisis, si ibas a un bar y hablabas con alguien de política te echaban.

Pero eso sí ha cambiado.

Ojalá no sea solo una cuestión de trendy y que se haga solo porque ahora se lleva la política. Quiero decir que se había banalizado todo tanto que tu propia vida no tenía un sentido por sí misma, sino según la tendencia del momento. No había una preocupación real. Nos habían dicho que todo iría bien. No se puede culpar a la gente de que le han robado la educación, pero sí de no haber sabido transmitir los valores de la cultura de la resistencia, de desconfianza al poderoso. Llegó un momento en que el rico era el bueno.

En España está eso de la Cultura de la Transición (CT).

El término lo inventó Guillem Martínez, un amiguete. Es una idea muy chula. Después de la Guerra Civil se dijo: “Bueno, anulemos la política y disfrutemos, que venimos de una guerra”. ¿Para qué vas a pensar en justicia social si puedes comprarte un Audi? Entonces parecía razonable. ¿Voy a dedicarme al estudiar el marxismo si puedo estar en La Manga del Mar Menor? Lo peor es que les funcionó. Se instaló la exaltación del consenso, que parecía bueno pero significó el exilio absoluto del disenso. Si todos estaban de acuerdo más o menos en una cosa, como la cultura del consenso era tan extensa, se hacía. Ahora nos hace falta gente que diga que no, que disienta, que no pase.

¿Hay que ser intolerante a veces?

No debes tolerar que contigo hagan cosas que no deben. Si todo es consenso, falta disenso. Volvemos al pensamiento crítico. Y en España claro, como las ideologías trajeron la guerra, pues vamos a pasar de ellas.

¿Falta educación económica?

Más bien política. Yo vivo en un barrio en Sant Andreu que era muy obrero. Había un montón de ateneos obreros entonces para la autoeducación obrera. Lo que falta ahora es justamente eso: educación política y social. Eso que llamaban afectos, sentir que uno pertenece a una comunidad política. Esa es la cultura que falta también. Tú no eres Gandía Shore o Jersey Shore, eres el crío de un currante. Solo asumiendo eso nace la solidaridad entre asalariados, entre explotados, los verdaderos valores. La educación económica ya vendrá después. Al fin y al cabo, la economía consiste en que no te roben. Con eso ya vale.

Pero eso determina la existencia de un problema sistémico, que hay alguien que quiere robar.
Pero al menos así generas una resistencia. Te alías, creas un sindicato.
Termina el libro al grito de “a-anti-anticapitalista”. ¿Qué sistema deberíamos tener que no fuese el capitalismo?

Justamente ese, el anticapitalismo. Caemos mucho en el error de pensar ya en otro sistema. Yo no quiero proponer otro sistema. Cuando te están pisando el cuello, lo que quieres es que te dejen de pisar el cuello. El problema es que todo lo anti está mal visto. “Has de ser pro”. Volvemos de nuevo a lo del disenso. Yo disiento del sistema y no tengo por qué proponer otra cosa, simplemente quiero que me dejen de pisar el cuello. Y luego ya hablaremos. En el libro pongo los ejemplos del antinazismo y del antiesclavismo. Cuando Europa estaba ocupada por los nazis a nadie se le ocurría preguntar qué otra cosa proponíamos en lugar de los nazis. No, había que acabar con el nazismo. Igual con el esclavismo. En algunos países, España por ejemplo, el esclavismo representaba el 50% del Producto Interior Bruto (PIB). ¿Te imaginas que alguien dijese ahora que no podemos poner fin a un sistema que representa la mitad del PIB? Entonces también se dijo que sería una ruina, pero había que eliminarlo. Luego ya encontraremos otras maneras de producir. Lo que pido es que el anticapitalismo no se reduzca al perro, a la flauta y a la rasta. Un señor de derechas y de misa diaria debería ser un anticapitalista. Lo mismo un liberal. Hasta un católico.

En la acampada del 15M había un cartel desde el principio que decía: “No somos antisistema, el sistema es antinosotros”.

Es que la revolución la están haciendo ellos. Ellos son los revolucionarios. Ellos han roto las reglas. Ellos se han cargado la democracia. Se han sentido fuertes. Ellos son la revolución, nosotros los reaccionarios. Estética e intuitivamente es raro porque todos creemos que la revolución ha de venir siempre del pueblo, pero ahora estamos viviendo la revolución de los ricos. Tienen el lenguaje, la épica y el entusiasmo de la revolución. Por eso son tan rápidos y tan fuertes. Se sienten revolución. Si ves declaraciones de brokers parece que viven en la Revolución Francesa. Sienten que están creando un mundo nuevo. Nos ha costado mucho entender ese paisaje. Antes pensábamos que era el obrero el que debía quitarle el Mercedes Benz al rico. Pues ahora resulta que el rico se baja de su Mercedes Benz, te roba el Opel Corsa y se va con los dos. Nunca pensamos que pasaría.

¿Qué mas debe pasar para que que se produzca el verdadero estallido social?

El escritor Montero Glez decía que solo había dos soluciones: huelga general o huelga general revolucionaria. ¿Qué tiene que pasar? Yo estoy ahora con el viejo adagio comunista de cuanto peor, mejor.

Pero, ¿qué sería peor que lo que ya hay?

No, no que estemos peor nosotros, sino que debemos crear un clima de empeoramiento, de tensión. Hay que romper algo. Es lo de la CT, como la mierda del consenso no te deja plantarte, hay que ser radical. Ahora es que llaman radical a un tío que se sienta y no se deja coger por un policía. Incluso va a ser delito. Si no hay cierto, y entiéndaseme bien, temor por parte de los dominantes, nunca aflojarán su dominio. Con temor me refiero a que deben temer por algo. No digo secuestrar a sus hijos... Porque básicamente no hay pisos para guardarlos [bromea]. Debemos hacer algo para que sientan que no va a ser fácil. Amenazarles con algo. Puede ser una huelga de consumo o hasta una desobediencia a ver la televisión. Pero que sientan que pueden perder algo en esta lucha.

¿Puede ser que la gente aún no salga a la calle por temor?

Es muy normal. ¿Estás tú dispuesto a chuparte unos meses de cárcel? ¿O a pagar una multa de 6000 euros? ¿Y yo? ¿Estoy dispuesto a hacerlo? Todos los movimientos revolucionarios han triunfado después de que miles de personas pasaran por la cárcel. Estaban dispuestos a ello. O a que les multaran, que les expulsaran de sus facultades.

A morir, incluso.

Mejor no ponerse dramáticos, pero sí, incluso dispuestos a morir. Se supone que en este siglo no pasará algo así. Pero sí pueden perder su trabajo. No hay que ir muy lejos ni ser tan heroico. Hace poco leí un artículo que analizaba cómo podíamos compaginar nuestra militancia con nuestro horario normal. El rollo ese de que las manifestaciones sean después de nuestros compromisos de gimnasio. No es culpa de nadie, es un clima normal, pero hay que resistir, sobrevivir. Y tenemos que empezar a pensar hasta dónde somos capaces de llegar para ello. Ver si estamos dispuestos a asumir autoinculpaciones, cajas de resistencia.

El otro día ya se dijo que habría una caja de resistencia para pagar las multas.

Es lo que hay que hacer. Y nos pegarán. Pero intentaremos que nos peguen por el lado en el que no está el hígado. O llevaremos cascos. No podemos decir eso de si nos pegan, no vamos. O si nos ponen multas, tampoco. Hay que entender que la exposición ha de ser física y personal porque eso acojona al que manda. Si tú no tienes miedo, ellos no tienen poder.

¿La reacción ha de ser pacífica o debe contener violencia?

Es que ellos ya consideran que un simple estornudo es violencia. Si lo que ellos llaman violento lo es, entonces sí hay que ser violento. ¡Mover una valla es radical y violento! Lo que sí es verdad es que una buena resistencia debe quebrar las leyes, ser ilegal. Debe acarrear exposición de vida y hacienda, que decían antiguamente.

¿Acabarán las cosas bien?

A largo plazo estaremos todos muertos, decía Keynes. Pero sí depende de nosotros, de la resistencia ahora. Todo lo que hemos perdido no lo vamos a recuperar tan fácilmente. La idea de que cuando pase la crisis, la sanidad volverá a ser pública... Olvidémoslo. Ni la educación será como antes. Ni siquiera habrá una socialdemocracia potente para hacerlo.

¿Habrá que rehacer el camino andado?

Es la historia de la lucha obrera. Idas, venidas, victorias, derrotas.

La lucha de clases.

Pero a saco. Militancia a tope. Lo que pasa es que ahora las clases son diferentes, ya no podemos hablar de burguesía y proletariado. Ahora el proletariado somos casi todos. Y la burguesía ya no es intermedia, son poderes muy complejos, el Estado mismo. Pero hay lucha de clases claro. En el libro recuerdo aquello que dijo el multimillonario Warren Buffett: “Claro que hay lucha de clases, la empezamos nosotros y vamos ganando”. Pues es verdad, ellos han empezado ahora. Y sí, van ganando.
Fuente: http://www.eldiario.es/economia/Ant...

Jean-Luc Mélenchon: “Lo que estamos construyendo, es la formalización de un pensamiento nuevo”


Jueves, 01 de Noviembre de 2012 23:33 Gabriela Balkey
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melenchonJean-Luc Mélenchon, ex candidato presidencial francés por el Front de Gauche y eurodiputado, visitó Montevideo brevemente, con el objetivo de profundizar en la experiencia organizativa del Frente Amplio: cómo funciona en la práctica una organización que agrupa a toda la izquierda a pesar de sus diferencias.


No era cualquier día. Al mismo momento en el parlamento uruguayo se votaba la despenalización del aborto, una novedad absoluta en América Latina, salvo Cuba. Bajo una fina llovizna nos encontramos en un bar de la Ciudad Vieja para conversar (en su muy buen español) sobre algunos temas que a los uruguayos y sudamericanos en general, nos interesan particularmente. Dado que la situación europea es conocida y que el Front de Gauche emergió a la luz pública internacional hace ya un tiempo, intentamos ahondar en otros temas, menos comentados por estas tierras:

Gabriela Balkey: En América del sur hay dos tipos de izquierda en el gobierno, una más de corte social demócrata y la otra más de izquierda izquierda, ¿cómo ve al Uruguay en ese marco?

Jean-Luc Mélenchon: Yo no acepto esa distinción, puede que aquí la vean de esa manera…

GB: Dicho de otra forma: que diferencia ves entre el gobierno de Chávez y el de Mujica?

JLM: Son las condiciones locales las que cambian. Pero más importante que ver lo que los diferencia es ver lo que tienen en común. Pero antes que nada hay que desechar la idea de que hay gobiernos socialdemócratas en la nueva izquierda latinoamericana, porque simplemente la socialdemocracia se acabó, en todas sus formas y en todos los lugares del mundo. Este es un aspecto muy importante de la realidad política de nuestro tiempo. Fue muy comentado el fin del comunismo de estado pero fue mucho menos comentado el fracaso de la socialdemocracia que sin embargo ocurrió, con el derechista Blair y el peor Shroeder, ambos destruyendo los estados sociales que habían construido las generaciones precedentes de la socialdemocracia. Este proceso acabó con el fracaso de Papandreu, ex primer ministro griego que capituló en menos de una hora, mostrando al resto de Europa de que nadie iba a resistir, y abriendo la puerta para que la ola especulativa se propagara al resto del continente. Siendo él presidente de la internacional socialista, resulta un símbolo muy fuerte de la incapacidad de esa supuesta socialdemocracia para manejar cualquier cambio, ni siquiera resistir. La izquierda latinoamericana es diferente y no puede ser asimilada a la ex socialdemocracia europea, que hoy llamamos socio-liberal, lo que es una contradicción porque no hay nada social en el liberalismo. Eso no quiere decir que debemos tratarla o considerarla como de derecha.

GB: En Uruguay separamos a la izquierda de los llamados “progre” (progresistas), quienes adhieren al sistema capitalista, aunque no a un capitalismo salvaje, pero está claramente diferenciada una izquierda que tiende al socialismo de otra que tiende a manejar el capitalismo de forma que sea menos duro para los más desprotegidos. A eso le llamamos por acá socialdemocracia, que se parece a lo que era la socialdemocracia de hace 25 años en Europa.

JLM: Si me permites, yo no creo que eso sea eficaz para entender lo que pasa, porque cierto que hay gente que cree que se pueden hacer algunos progresos sociales y democráticos, muy bien, pero eso no funda una socialdemocracia, porque es gente que se implica en un proceso mucho más amplio que ellos, y que no pueden ser considerados como los líderes del proceso general que vemos en todos los países. Con esto no estoy despreciándolos, son parte del proceso, pero no lo lideran.

GB: ¿Cómo cataloga este proceso?

JLM: Nosotros lo llamamos revolución ciudadana (tomado de Ecuador), es un modelo que se distingue de las antiguas revoluciones socialistas porque empieza con la incapacidad del mundo “único” y liberal en que vivimos, para cumplir las tareas concretas del día a día: que haya bus, que haya escuelas para los niños, que haya un mínimo de salud esperable, etc. Luego, de a poco, se paraliza todo el sistema, hasta un punto que llamamos “que se vayan todos”, con un pueblo que se ha ido retirando primero de las instituciones, luego de los partidos políticos, y a veces de los sindicatos, y sale a la calle de forma totalmente imprevista, por algún “hechito” inesperado como puede ser el corralito en Argentina que no es un tema tan fundamental en la vida de la sociedad, o en Venezuela el costo del billete de bus, que originó el Caracazo, o en Bolivia el precio del agua; cada vez un pequeño hecho es el detonante.

GB: En Uruguay eso no paso, quizás porque a diferencia de otros países, en los que la explosión social no tenía una expresión política, y donde la expresión política surge a partir del estallido social, acá la expresión política Frente Amplio existía ya desde hacía 35 años y venía creciendo poco a poco, elección tras elección.

JLM: Claro, aunque eso no invalida lo que explico, porque en Uruguay efectivamente había una fuerza política que expresaba el proceso, pero por ejemplo en España no existen ni las bases de cualquier alternativa: Es así que aparecen los indignados. En Francia tampoco pasó porque hay una alternativa representada por los sindicatos de combate y el Frente de Izquierda. De formas diferentes, podemos ver que el proceso, es siempre de misma naturaleza.

A partir de allí, en ese proceso viene el paso siguiente que es el cambio político y que empieza expresándose como una exigencia de más democracia. Se cambian o las constituciones o las leyes fundamentales de los países considerados. Ese es el proceso que nos interesa y al que llamamos “revolución ciudadana” porque es un nombre universalmente entendible. Este tema es tan importante que estamos imaginando construir un espacio de encuentro mundial sobre el particular que no existe hoy en día. Es una iniciativa de Ricardo Patiño y mía en la que estamos trabajando aún, por eso hay que manejarse todavía con cierta reserva. Yo lo considero muy necesario porque hoy tenemos el Foro de San Pablo pero tiene sus límites aunque es un punto de apoyo indiscutible, en Europa tenemos el partido de izquierda europeo, liderado por Pierre Laurent (del PC francés), pero no tenemos un cuadro mundial. Chávez propuso que hiciéramos una 5ta internacional, pero no es posible, él lo constató; hay que crear estructuras nuevas que funcionen milimétricamente porque enfrente tenemos un cuartel general muy organizado.

GB: Llámese o no socialdemocracia, lo cierto es que hay dos visiones dentro de la izquierda, con una divergencia en el punto quizás más clave: la redistribución de la riqueza. Si bien ambas están dentro del mismo proceso, cada una tiene un objetivo y una metodología diferente para llegar a su objetivo. Me interesaba particularmente su visión a cerca del Frente Amplio, ya que el mismo sirve de idea para el FDG en su articulación, en cómo generar un frente con diferentes partidos, en coalición y movimiento. En el FA coinciden estas dos visiones de sociedad posibles, los progres y la izquierda, coyunturalmente aliadas con un objetivo común. Tomando en cuenta esa realidad, y sabiendo que el Frente de Izquierda francés nace bajo la necesidad de reagrupar a toda la izquierda, clarificando, separándose de los sectores que representan hoy los vestigios de la socialdemocracia tradicional, ¿en que el FA puede ser útil?

JLM: Yo no quiero expresarme sobre lo que habría o no que hacer en los países sudamericanos porque nosotros no estamos en condiciones de dar lecciones a nadie, pero sí me das pie para explicar que nuestros movimientos nacen de dos necesidades: Primero, rechazar la línea social liberal que a destruyó a la izquierda, siendo Italia el caso prototípico, y segundo, la necesidad de agruparse. No somos solo fuerzas que resisten, lo que estamos construyendo en Francia, es la formalización de un pensamiento nuevo, en ese sentido hemos aprendido mucho de Sudamérica. Emprendimos una refundación de la izquierda, dentro de la que, claro está, el tema de la redistribución de la riqueza es clave. La crisis actual es una crisis de la distribución de la riqueza, el resto es bla bla. Pero también la planificación ecológica es central, no es un simple suplemento. La crisis del ecosistema no es una consideración a posteriori, sino que la refundación de la izquierda debe implicar una refundación teórica de alto nivel.

Yo apuesto a que somos capaces de convencer, en primer lugar a los que tú llamas “progres”. No es una guerra entre nosotros, hay que convencerlos de que la socialdemocracia si existiera aún, no sería ni útil ni necesaria, porque ella funciona bajo la idea de que se comparte la riqueza que sale del crecimiento, pero ¿qué pasa cuando cuestionamos ese tipo de crecimiento porque implica la depredación del único ecosistema en donde el humano puede vivir?

GB: Claro, y justamente en ese sentido ¿qué enseñanzas toman del Frente Amplio?

JLM: La primera cosa que nos enseñó el Frente Amplio es la paciencia. La segunda es la unión. Yo quiero ver de más cerca cómo hacen para unirse en un frente tan amplio ideológicamente, cómo lo hacen concretamente, qué hacen con la gente que no pertenece a ningún partido, cuál es su papel, cómo designan a sus candidatos, etc. Esas son preguntas muy concretas que tenemos hoy en el FDG. Como no se puede hacer en dos días, vamos a empezar un trabajo más completo para comprender bien como funciona, tengo que volver a Francia con ideas que sean concretas, porque si lo hacen aquí, es que es posible.

GB: ¿Qué tendría que pasar para que ganara la izquierda en Europa?

JLM: Tiempo… ¿Ustedes acá cuanto trabajaron para eso?

GB: 35 años.

JLM: Los compañeros de Venezuela también… Hoy será más rápido porque la historia va acelerándose, ya sea por el desarrollo de la crisis del capitalismo, o por el de la crisis ecológica, o por lo que yo llamo la crisis antropológica. Son tres bifurcaciones de la historia no lineales, por lo que aquello que nos toque vivir no lo será tampoco, puede ser muy abrupto.

GB: ¿Crisis antropológica?

JLM: Por milenios hemos vivido en comunidades más o menos pequeñas en el campo, en menos de 50 años el 55% de la población mundial pasó a vivir en ciudades, el 80% en América y Europa. Antes de esto no se perdía ni una fruta de la cosecha, hoy de pierde o se tira un tercio de la producción. Antes la esperanza de vida media era de 30 años, hoy es de 68. Hoy 4 personas de 5 saben leer y contar. Los fundamentos milenarios del comportamiento humano han mutado, lo que nos impulsa a buscar nuevas respuestas políticas.

Entonces, ¿qué necesitamos para vencer? Antes que nada, lo que estamos haciendo es construir movimientos en forma de partido que nos asegure una transición, que será más fácil con, que sin partido. Mira lo que le cuesta a Chávez construir un partido revolucionario. Por eso le interesa tanto el pasaje directo con el pueblo, porque las viejas estructuras partidarias implicarían un aislamiento gracias a las tantas instancias burocráticas e intereses de toda categoría que terminan por enfriar el proceso. Después de la experiencia estalinista sabemos lo que es el peso del aparato sobre un proceso revolucionario. Pero el desarrollo político en Europa como decía, no será lineal. Y tampoco es seguro que ganemos porque puede ser la ultraderecha; ya ha pasado en Hungría.

GB: ¿Por qué el miedo siempre da mas rédito político que la esperanza, y cómo cambiamos esta realidad?

JLM: El miedo es hoy la herramienta fundamental de toda propaganda de derecha, porque la derecha es incapaz de unir grandes sectores del pueblo para mantener su poder, y el poder del capitalismo, y esto es una novedad. Antes se explicaba a la gente que votando a la derecha, iba a haber desarrollo económico y que cada uno iba a tener su tajada, hoy eso se acabó, entonces desarrollan en el mundo entero políticas de miedo. A niveles más altos, este miedo se llama “choque de las civilizaciones”, formulado por Huntington.

GB: Pero ¿por qué les funciona tan bien?

JLM: Porque en tu vida la primer cosa que haces es asegurarte del mañana ¿no? Porque tienes miedo de no pasarla bien, cada ser humano se preocupa antes que nada en sobrevivir, entonces el miedo pasa muy fácilmente. Es por eso que pienso que las viejas formas de hacer política ya están muertas, venir a pintar negro sobre negro no aporta. Por eso digo que tenemos que ser una fuerza de alegría. Nosotros somos los únicos que tenemos un mensaje de esperanza. Viene un socio-liberal y dice: “todo es muy difícil, que hay que esforzarse y todo va mal…”

GB: En realidad ellos te convencen de que no hay esperanza posible…

JLM: En política se llama la TINA (there is no alternative), invento de Thatcher, y te explican que nada se puede hacer de otra manera de aquella que ellos te dicen.

GB: Ahí entonces, aprovechando que todos ya te explicaron que la esperanza es imposible, la derecha y la ultraderecha propagan entonces el miedo…

JLM: Claro. Naturalmente es el pueblo el que hace la las cosas, pero los partidos tenemos un papel político muy importante, no es ser guía, no es ser vanguardia, es alumbrar el camino, utilizar todo lo que sabemos, lo que aprendemos, todo lo que heredamos de la historia para alumbrar la ruta. Nunca hay que olvidar este papel. No somos solamente portavoces, somos también gente que tenemos una experiencia, una memoria, y la gente humilde no está contenta cuando no hacemos nuestro trabajo. Yo me acuerdo una vez que un compañero socialista de forma bastante demagógica dijo “vamos a organizar cumbres de la gente en la calle para hablar de lo que hay que hacer en el gobierno”, y los socialistas lo hicieron. Una señora viene y dice: “Yo me levanto a las 5 de la mañana y me voy a trabajar dejando a mis hijos que no se han despertado aún, pidiendo a Dios que nos pase algo malo, y vuelvo a las 8 y media, cuando llego tengo que cocinar para todos, y lavar y me acuesto a las 11 porque a las 5 nuevamente en pie… ¡¿y usted me pide que le diga qué hay que hacer con el estado?! Yo no lo sé, ese es su trabajo, dígame qué es lo podemos hacer y yo le puedo decir lo que me parece mejor a mí.” Esto te lo cuento para que nunca olvidemos la función que tenemos que cumplir. Y no es porque tantos han robado este papel para hacerse elegir y vivir de la política que tenemos que olvidar lo que es actuar políticamente.

Volviendo a la pregunta: ¿qué tenemos que hacer? Yo digo que hay tres hilos a seguir: el programa, o sea cómo vamos a cambiar las cosas, propongo y te pregunto qué te parece, y la cambio si es necesario. El segundo hilo es la cultura de referencia. Hay un interés humano general. La ecología política nos muestra a que somos todos iguales y ya es indiscutible (antes se discutía que si los hombres mejores que las mujeres, que si los blancos mejor que los negros, etc.), hoy ya hemos probado que todos sin excepción dependemos del mismo ecosistema, lo que nos hace iguales. El paradigma ecologista refunda las intuiciones de la izquierda, del comunismo, porque se trata del bien común, del socialismo, porque no se puede deliberar si no somos todos iguales, y también refunda el republicanismo porque te obliga a pensar no solo en los que es bueno para ti, sino para todos. En este segundo punto, la cultura, se incluye la esperanza. Por eso Chávez habla de amor, ¡el amor es progresista! Si tú que pretendes construir un nuevo mundo no eres capaz de convencer de que la cosa más importante no es la avaricia, y el miedo sino el amor y la fraternidad… de esta manera tenemos que reconstruir las bases de la esperanza, no se espera nada, si no quieres a nadie. Es parte esencial del combate político, no de la esperanza en general sino más bien algo bien preciso. El tercer hilo es la historia política de la que te sientes heredero y hay que mencionarla. Si tienes claras tus raíces políticas, no necesitas raíces étnicas o religiosas. Yo no tengo ni un abuelo francés, y me siento apasionadamente francés, y universalista, porque me siento heredero de una historia, no de una sangre, ni de un color de piel. Esto tenemos que trabajarlo públicamente, explicarlo.

Tras la entrevista, Mélenchon se dirige a encontrarse con Mujica, la lluvia había cesado y un rayito de sol asomaba entre las nubes bajas, un poco quizás, como esa esperanza que el Frente de Izquierda francés está empeñado en reconstruir. Sugerimos la lectura de la intervención de Jean-Luc Mélenchon “EL desafío de la política en un mundo multipolar” realizado en Buenos Aires, para profundizar en aspectos ideológicos de este filósofo-eurodiputado francés.

O patrimônio dos parlamentares americanos cresceu 25% nos últimos dois anos os”.

Los legisladores, más ricos pese a crisis

Mapocho Press


El patrimonio de los miembros del Congreso de EEUU continúa creciendo, a despecho de la recesión económica. Un análisis financiero publicado el 1 noviembre de 2011 por el periódico Roll Call, de Capitol Hill, titula “Y los ricos del Congreso tienen más fortuna: El análisis demuestra que el patrimonio de los legisladores creció 25% en dos años”. Casi el 90% del aumento se concentró en los 50 miembros más ricos del poder legislativo, informa la noticia N° 11 más ocultada por los grandes medios corporativos, según el ranking del Proyecto Censurado de la Universidad Sonoma State de California
Vacunados contra la recesión económica y la disminución de la riqueza familiar, los representantes y senadores co-gobiernan la nación llenándose cada vez más los bolsillos, según el análisis de Roll Call a los formularios con la información financiera declarada por los legisladores (Roll Call significa “pasar lista”).
Usando la evaluación mínima de activos declarados, la revista concluyó que los miembros de la Cámara y Senado poseían en 2010 un valor neto colectivo de 2,04 mil millones de dólares, con un aumento de 390 millones de dólares sobre los 1,65 mil millones de dólares en activos declarados en 2008. Las declaraciones escrutadas no incluyen activos que no generan ingresos, como las residencias de los legisladores y probablemente otros bienes raíces no declarados.
Luke Johnson, del Huffington Post, comentó el 1 de noviembre 2011, que el representante Darrell Issa, republicano por California, declaró activos por valor de 295 millones de dólares, en gran parte provenientes de ganancias en su negocio de alarmas de automóviles. Nancy Pelosi, representante por California y líder de la minoría demócrata, aumentó su riqueza en 62,2% desde 2009 a 2010, de 21,7 millones de dólares a 35,2 millones. Otros tres políticos que incrementaron sus fortunas en 2010 fueron el presidente de la Cámara, John Boehner, republicano por Ohio; y los senadores Harry Mason Reid, de Nevada, líder de la mayoría demócrata; y Mitch McConnell, de Kentucky, líder de la minoría republicana. 
Datos de la Reserva Federal mostraron en marzo 2011 que los activos de las familias estadounidenses declinaron en 23 por ciento entre 2007 y 2009, descendiendo de 125.000 a 96.000 dólares, en gran parte por la disminución del valor de sus viviendas. Las familias también asumen una mayor deuda, aunque el 10% top vio descender el valor neto de sus activos en un promedio menor, de 13%.

El buen negocio de legislar
Los demócratas concentran el 80% de la riqueza en el Senado, en tanto los republicanos reúnen el 78 por ciento de la riqueza en la Cámara. Los 50 miembros más ricos del Congreso poseían el 78% del patrimonio neto de la institución en 2008 (1.29 mil millones de dólares del total de 1,65 mil millones), en 2010 la porción de los 50 más ricos había aumentado en 80% ($ 1.630 millones de dólares del total de $ 2,04 mil millones). El pastel de la riqueza del Congreso se hizo más grande, y los miembros más ricos tienen cada vez una mayor tajada, indicó Roll Call.
Pero todavía hay mucho para repartir. Según Roll Call, 219 miembros del Congreso informaron tener activos por valor de más de $ 1 millón el año pasado. Sustrayendo el valor mínimo de sus pasivos, el número total de millonarios del Congreso descendió a 196, siempre sin considerar el valor de su residencia o de otros bienes que no generan renta. Si se asume que cada miembro del Congreso tiene parejamente viviendas de 200.000 dólares, el número total de millonarios se elevaría a 220 miembros, justo el 40% del Congreso.
Al igual que ocurre con la población general de EEUU, algunas personas excesivamente ricas sesgan los promedios para el resto de los miembros. Pero resulta si el miembro promedio del Congreso es mucho más rico que la media de las familias de EEUU.
Por ejemplo, dividiendo la riqueza total de legisladores por el número de miembros del Congreso resulta una media de valor neto de cada uno de alrededor de 3,8 millones de dólares, (excluyendo los bienes no generadores de renta, como residencias personales). En comparación, para el resto del país y en base a estadísticas dadas a conocer por la Reserva Federal, el valor neto medio del hogar estadounidense es de alrededor de 500.000 dólares este año (2011, incluyendo las residencias familiares), de acuerdo con David Rosnick, economista del Centro para la Investigación Económica y Política.
Pero un puñado de miembros del Congreso posee riquezas por valor de decenas o incluso cientos de millones de dólares. El más rico de este año, es el representante Michael McCaul (R-Texas), que declara un valor mínimo de 294 millones de dólares, y esto significa que su riqueza propia eleva el promedio de todos los miembros del Congreso a cerca de 500.000 dólares.
El congresista Darrell Issa informó este año que sus activos 2010 tenían un valor mínimo de 295 millones de dólares, casi el doble del año anterior. La razón del cambio parece deberse en parte a que el republicano de California trasladó algunas de sus propiedades de una sola a varias cuentas separadas. Una cuenta que Issa había enumerado de un valor mínimo de 50 millones de dólares en 2009 cayó a un valor mínimo de 25 millones en 2010, pero agregó 11 cuentas por un valor mínimo combinado de 38,2 millones. Aunque ninguno de los valores aumentó en la cuenta de efectivo (o propiedad), el valor mínimo de los activos aumentaron en el papel en 13,2 millones de dólares, o 25%.
Los estudios de los patrones de inversión del Congreso realizados por el profesor de bienes raíces Alan Ziobrowski, en Georgia State University, indican que los legisladores de ambas cámaras tienden a obtener mejores resultados en sus carteras de inversión que el estadounidense promedio, en parte debido a que " en mi mente no hay duda de que están operando de alguna manera con la información que está ahí [en el Congreso]”.
Para el Congreso, el valor medio neto en 2010 fue de aproximadamente 513.000 dólares. Para los hogares habituales, la Junta de la Reserva Federal fijó esa cifra en cerca de 120.000 dólares en 2008, y ese número este año es probablemente de alrededor de 100.000 dólares, dijo Rosnick.
Sin una comparación exacta entre el Congreso y el resto de la nación, está claro que los legisladores "son mucho más ricos que cualquier estadounidense típico", dijo Rosnick.
Y el Congreso parece ser cada vez más ricos y enriquece más rápido que el resto de la nación.

*Ernesto Carmona, periodista y escritor chileno

Notas y referencias:
● Paul Singer y Jennifer Yachnin, Roll Call (Capitol Hill). “And Congress’ Rich Get Richer:
Net Worth of Lawmakers Up 25 Percent in Two Years, Analysis Demonstrates”
http://cdn.rollcall.com/issues/57_51/And-Congress-Rich-Get-Richer-209907-1.html?popular=true
● Luke Johnson, “Members of Congress Grow Wealthier Despite Recession,” Huffington Post, November 1, 2011,
http://www.huffingtonpost.com/2011/11/01/congress-net-wealth-income-gap_n_1069377.html.
http://www.mediafreedominternational.org/2012/04/09/members-of-congress-grow-wealthier-despite-recession/
Estudiante investigador: Ellis Huber (Sonoma State University)
Evaluador académico: Peter Phillips (Sonoma State University)
Fuente original: http://www.argenpress.info/2012/10/la-noticia-mas-censurada-n-11-estados.html